Uma epidemia se abateu sobre o Brasil nos últimos 23 anos. É a epidemia de divórcio.
A taxa de divórcios no Brasil subiu 200% entre 1984 e 2007, segundo dados da pesquisa "Estatísticas do Registro Civil 2007", divulgada, no dia 4 de dezembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE). No período, o índice passou de 0,46 divórcio para cada grupo de mil habitantes para 1,49 divórcio por mil habitantes. Isso significa que para cada quatro casamentos acontece um divórcio.
Estamos em plena epidemia de divórcio e não nos damos conta dos prejuízos para a família e para a sociedade de um modo geral.
Estudos mostram que o divórcio traz impactos negativos sobre as pessoas diretamente envolvidas.
Crianças de 5 a 8 anos geralmente demonstram uma tristeza pelo divórcio dos pais e freqüentemente experimentam um declínio do rendimento escolar, só para citar um prejuízo.
Adolescentes que vivenciem o divórcio dos pais são mais propensos a depressão, raiva intensa ou com comportamentos rebeldes e desorganizados.
O divórcio, já que a natureza, para muitos, é mais importante que a família, também causa prejuízo ao meio ambiente. Com o aumento de separações aumenta também no número de residências, o que, por sua vez, leva a uma ocupação maior do espaço e também a um consumo maior de energia e de água.
Não existe, o que chamam de " bom divórcio". Divórcio é sempre prejudicial para as pessoas, famílias e sociedade.
A igreja, como mordoma das coisas criadas por Deus, não pode se omitir frente a epidemia de divórcio.
Que atitudes, então, a igreja deve adotar?
Primeiro, deixar claro que o divórcio contraria o plano de Deus para a família. Se cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus, autoridade máxima sobre nossa vida, temos que pregar sobre a indissolubilidade do casamento. Precisamos, como igreja, impregnar os crentes com princípios bíblicos.
Segundo, preparar as pessoas, que ainda não se casaram, para uma vida conjugal feliz, sem pensarem na possibilidade de divórcio. Muitos jovens crentes já estão se casando com a idéia de divórcio, quando o primeiro conflito surgir. Precisamos trabalhar mais com jovens preparando-os para o casamento. Isso sem mencionar um trabalho sério com noivos.
Terceiro, precisamos ajudar os casais nos seus conflitos, especialmente nas áreas financeira, relacionamento com a família de origem e sexualidade. Essas três áreas do casamento são mais sensíveis a problemas de relacionamento. Como igreja, precisamos capacitar os casais resolverem os conflitos que cotidianamente aparecem na relação conjugal.
Quarto, precisamos estar mais atentos ao aconselhamento preventivo. Se sabemos que o nascimento do primeiro filho causa um impacto na relação do casal, devemos nos antecipar na ajuda dos pais de primeira viagem. Muitos divórcios acontecem após o nascimento do primeiro filho.
Quinto, a igreja precisa trabalhar mais a idéia da prática da mentoria e do discipulado conjugal.
Sexto, os advogados crentes, como membros do corpo de Cristo, devem exercer um papel mais cristão no exercício da profissão.
Sétimo, a igreja deve se cercar e apoiar-se em profissionais da psicologia que realmente crêem que um casamento à beira do divórcio, pode ser recuperado. Aconselhamento e terapia de casal são ações distintas.
Muitas outras ações poderiam ser lembradas, mas se começarmos com as alistadas acima já estaremos cooperando com Deus na estabilidade e no fortalecimento da família.