domingo, 15 de março de 2009

Intimidade é tudo o que os casais precisam



Por Antonio Lazarini Neto


O Apóstolo Paulo, supostamente, estaria respondendo algumas questões
contidas numa carta proveniente da Igreja em Corinto. Dentre essas
questões, encontramos algo relacionado à vida conjugal. Não é meu
propósito aqui discutir o que Paulo pensava acerca do celibato, mas
observar com toda atenção a constatação que ele faz acerca daqueles
que são casados. Observe:

"O que realmente eu quero é que estejais livres de preocupações. Quem
não é casado cuida das coisas do Senhor, de como agradar ao Senhor;
mas o que se casou cuida das coisas do mundo, de como agradar à
esposa, e assim está dividido. Também a mulher, tanto a viúva como a
virgem, cuida das coisas do Senhor, para ser santa, assim no corpo
como no espírito; a que se casou, porém, se preocupa com as coisas do
mundo, de como agradar ao marido." (1 Co 7:32-34)


Veja que interessante o que Paulo constatou. Eu mesmo sublinhei no
texto as expressões: "de como agradar a esposa" (cf. v.33) e "de como
agradar o marido" (cf. v.34). Ou seja, quem decidiu se casar tem que
"cuidar" em agradar o outro e, diga-se de passagem, não a si mesmo! A
falta de cuidado e preocupação em agradar o outro atrapalha demais a
intimidade do casal, muita mais do que o próprio casal tem
consciência. Já que estamos num retiro para casais, quero desafiá-los
a pensar na intimidade de vocês e o que tem atrapalhado tal
intimidade. Observe as ponderações abaixo, leia os versos bíblicos com
cuidado e permita que o Espírito de Deus o (a) leve a uma disposição
para mudanças radicais e profundas.


O que atrapalha a intimidade de um casal?



1. Críticas nada construtivas

Atente-se ao provérbio: "Quem retém as palavras possui o conhecimento,
e o sereno de espírito é homem de inteligência." (Pv 17:27) Quem é
inteligente? "O sereno de espírito" e o que retém as palavras! Preste
atenção numa coisa: É difícil a intimidade florescer numa atmosfera de
constantes críticas, o (a) parceiro (a) não consegue compartilhar
abertamente seus pensamentos. Assim, antes de taxar seu marido (ou sua
esposa) como alguém muito fechado, verifique se você não está
reprimindo a pessoa pela maneira como reage a tudo e a todas as vezes
que ele (a) fala (ou já falou!).


2. Ressentimentos guardados

Ed Wheat escreveu: "O tédio conjugal é quase sempre a máscara que
esconde um mundo de ira e ressentimento jamais expressos abertamente".
Provérbios 18:2 diz que "o insensato não tem prazer no entendimento,
senão em externar o seu interior." Há maridos e esposas que se
acostumam a viver assim: O tempo todo externando suas "dores"
interiores, "virando do avesso" literalmente!


3. Falta de tempo e diálogo

Separar tempo para conversar, para falar e ouvir mantém o coração
alegre! Quantos menos tempo o casal passa junto e quanto menos
diálogo, mas a tristeza vai tomando conta e a comunicação vai
diminuindo e a distância entre ambos tomando proporções elásticas. Bem
diz o provérbio: "O coração alegre é bom remédio, mas o espírito
abatido faz secar os ossos" (Pv 17:22). Tempo e diálogo mantém o
coração do casal alegre e o espírito saudável.


4. Insensibilidade e falta de elogio

Já reparou? A diferença entre um casal novo e um que já tem anos de
casados é a maneira como ficam na mesa num shopping: o primeiro olha
um pro outro e conversa, demonstrando sensibilidade pelo outro,
elogiando quase que o tempo todo; o segundo, fica olhando para o
movimento e quase não tem assunto e, se tem, é sobre algo que nada tem
a ver com eles! Provérbios 16:24 nos lembra que "palavras agradáveis
são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo". Você
tem abençoado o seu relacionamento com palavras agradáveis? Por mais
bonita que sua esposa seja e, por mais que ela já saiba disso, é bom
quando você diz a ela! Por mais que seu marido já saiba que você
reconhece todos os seus esforços, é bom para ele ouvir isso dos seus
lábios!


5. Frieza e falta de contato físico (não sexual)

Quando aqui menciono o contato físico, estou querendo chamar a atenção
para o que chamo de contato "não sexual", isto é, aquela aproximação
isenta de intenções sexuais. O livro "Sexo e Intimidade", que todo
casal deveria ter e ler, afirma que "é com demasiada freqüência que,
depois de casados, os cônjuges usam o toque físico apenas como sinal
para o sexo, mas isso não devia ser assim" (cf. p. 127). Sei que as
mulheres em especial sentem falta disso: do toque, do abraço, das mãos
marido tocando seus cabelos, do beijo carinhoso, etc. Gosto de
Cantares 8:1-2: "Tomara fosses como meu irmão, que mamou os seios de
minha mãe! Quando te encontrasse na rua, beijar-te-ia, e não me
desprezariam! Levar-te-ia e te introduziria na casa de minha mãe, e tu
me ensinarias;..." Numa cultura onde havia sérias restrições com
relação ao contato físico público entre homem e mulher, quem escreve
demonstra seu desejo de – sem nenhum constrangimento – andar de mãos
dadas ou quem sabe, abraçado sem nenhuma "impureza", como se fossem –
ele e sua amada – irmãos.

Que essa reflexão te faça bem e, sobretudo, te leve para "casa" mais
disposto a ser melhor!

Fonte: http://www.elnet.com.br/colunistas_interna.php?materia=4853

Colaboração Ir. Klebão Antunes



Nenhum comentário: