terça-feira, 15 de janeiro de 2008

DIÁLOGO: PARA QUE?

Por: Antonio Luiz Macêdo

Há um versículo bíblico que revela a preocupação de Deus com a solidão do homem. Após criá-lo à sua imagem e semelhança, e colocá-lo no jardim, o Senhor fez desfilar diante dos olhos da sua obra prima, todos os animais para que ele os nominalizasse. Ao colocar o nome, o homem tomava posse de todos eles. Eram seus. E mesmo assim não se sentia feliz. Tinha o jardim, tinha as plantas, os pássaros, os animais, as fontes... Mas o homem estava triste. Deus, que tudo vê, observou esta tristeza que doía, que feria, que acabrunhava Adão. Olhos perdidos, pensamento distante, tronco arqueado visibilizando o peso da solidão e da dor, ele sofria. No ápice deste momento supremo, Deus põe sobre ele os seus olhos e vaticina este oráculo: “Não é bom que o homem esteja só”. Na solidão existe um sol que não brilha. E Deus viu sua opacidade. “Vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada”. Deus criou a mulher. O homem passou de solitário a solidário. Na solidariedade há um sol que brilha, mas não ofusca, e faz a complementaridade de dois inteiros: o diálogo. Neste momento as palavras verbalizadas pelo homem constituem a primeira fonte de comunicação, a primeira declaração de amor. A ajuda adequada torna-se então a ajuda querida, a ajuda desejada. O diálogo é o vínculo com o qual se fazem entender. A fala e a escuta se intercalam; o silêncio interposto aprofunda a reflexão; o amor e a compreensão se delineiam, e ambos convergem o olhar para Deus, o seu Criador e Senhor. Então o jardim floresce, os pássaros cantam, as borboletas bailam, os rios desaguam, os peixes pululam... Tudo é festa! Tudo é alegria! O diálogo é fruto do amor.

Um comentário:

Francisco Rodrigues disse...

QUANTA GRAÇA E BELEZA INSPIRADORA ESTE TEXTO DENOTA, E TUDO SIMPLES E OBJETIVO DE ACORDO COM A GRAÇA QUE DEUS NOS DEU E NOS DÁ, TODOS OS DIAS.

MUITO OBRIGADO.

FRANCISCO RODRIGUES.